Arqueólogos encontraram uma cidade portuguesa perdida no coração da Amazônia, e estudam o que ela pode representar.
Os primeiros resultados da pesquisa foram apresentados em um evento no Museu da Amazônia, em Manaus, como parte do projeto “Amazônia Revelada”, que reúne grandes especialistas na região e nos povos da floresta, incluindo quilombolas.
A cidade, que constava em antigos mapas, havia desaparecido com o tempo.
Neves explicou que ela foi abandonada. Então, a floresta a engoliu e as pedras foram removidas. Mas com a ajuda dos mapas, eles conseguiram identificar o traçado das ruas, o que foi uma descoberta fascinante, explicou.
Descobertas
Em Rondônia, os arqueólogos também encontraram uma impressionante estrutura de pedra, conhecida como Serra da Muralha. Neves destaca que, do local, é possível ver outras formações geométricas no solo, como quadrados, círculos e até vestígios de estradas.
Segundo ele, é raro encontrar construções de pedra ou alvenaria na Amazônia, o que torna a descoberta ainda mais especial.
Além disso, em Rondônia, a equipe encontrou um sítio arqueológico com cerâmicas e padrões reticulados. Ainda em fase de exploração, Neves comenta:
Eles não sabem ainda o que são essas formações. Podem ser áreas de cultivo ou locais de habitação, mas precisamos retornar ao campo para investigar e entender melhor. Esse tipo de estrutura é conhecido em outros lugares, como na Bolívia, mas é a primeira vez que encontram no lado brasileiro.
Cidade portuguesa perdida
A cidade portuguesa perdida se refere a uma construção colonial, e isso se deve ao fato de que, durante o período colonial, o território do Brasil estava sob domínio de Portugal.
Embora a colonização portuguesa seja mais associada às regiões costeiras, como o Sudeste e o Nordeste, a presença portuguesa se expandiu também para o interior do território, inclusive na Amazônia.
Essa expansão foi motivada por vários fatores, como a busca por riquezas (ouro, drogas do sertão), o desejo de ocupar e consolidar o domínio sobre vastas áreas, e a necessidade de controlar rotas comerciais e estabelecer postos de defesa.
As missões religiosas também desempenharam um papel importante na interiorização da colonização, especialmente na Amazônia, onde jesuítas e outros grupos religiosos se dedicaram a evangelizar e “civilizar” os povos indígenas.
Na Amazônia, a presença portuguesa se fortaleceu a partir do século XVII, com a fundação de fortes, como o Forte do Presépio (atual Belém do Pará) em 1616, e vilas para proteger o território de invasões estrangeiras, principalmente de holandeses, franceses e espanhóis.
Portanto, embora a colonização tenha tido seu epicentro no litoral, o avanço português no interior, incluindo a região amazônica, foi uma parte crucial da expansão do Brasil colonial.
A descoberta dessa cidade portuguesa perdida na Amazônia reflete esse processo de expansão e colonização na região. Ela poderia ter sido um entreposto ou uma fortificação estratégica, já que a Amazônia tinha importância militar, econômica e religiosa para os colonizadores.
Além disso, mostra como ainda existem muitas coisas sobre o nosso país para conhecermos, mesmo na história.
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